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Quadro de energia: Saiba como prevenir acidentes que estão cada vez mais frequentes

As normas regulamentadoras referentes aos quadros de energia são diversas, muitas vezes não são seguidas por completo, o que gera acidentes, que estão cada vez mais frequentes.

O que é um quadro de energia?

Um quadro elétrico é um dispositivo projetado para receber energia elétrica da rede e distribuí-la. Nele podem ser encontrados desde as suas informações mais básicas, como o tipo de fio e para onde vai a alimentação, até os dispositivos de segurança que podem evitar maiores problemas.

Existe uma norma regulamentadora que determina “Segurança em Instalações e Serviços em Eletricidade”, a NR10, que foi reformulada em 2004 e trouxe avanços na prevenção em diversos tipos de acidentes elétricos e a regularização de quadros de energia fazem parte desta norma. Entretanto, as normas NBR5410, que determina as instalações elétricas de baixa tensão, e a NR26, que descreve critérios de sinalização, também são usadas nas medidas de proteção em quadros de energia.

Escolhendo o local ideal para instalação

O projeto de instalações elétricas deve considerar o espaço seguro, quanto ao dimensionamento e a localização de seus componentes e as influências externas, quando da operação e da realização de serviços de construção e manutenção. Quando for necessário desligá-lo não podem haver características do edifício que dificulte isso, além de que ele não pode ser fechado com cadeado ou quaisquer fechaduras dificultem sua abertura.

Além disso, é necessário que sejam protegidos contra os efeitos térmicos prejudiciais que possam ser produzidos por componentes externos, como fenômenos da natureza ou equipamentos que geram mudanças de temperatura, portanto não devem estar exposto a altas nem baixas temperaturas, altas temperaturas podem causar sobreaquecimento de componentes gerando curtos e incêndios. A exposição a baixas temperaturas pode causar falhas em dispositivos de segurança por mau funcionamento, além do fato que normalmente baixas temperaturas quando feita de forma sazonal pode gerar água dentro do ambiente do quadro, podendo eletrificar ele por inteiro causando acidentes, curtos ou incêndios.

A norma NBR 5410 também prevê a instalação perto de ambientes com volumes de água, como piscinas, banheiras, jatos de água, etc, mas a instalação nesses locais não é recomendada, pois é normal que existam pessoas molhadas de alguma forma, ou que pequenas poças de águas se formem, o que remove as distâncias seguras que a norma determina, aumentando a chance de acidentes.

Como deve ser feita a sinalização?

A sinalização é feita obedecendo ao disposto na NR-26 e é dividida em externa, que tem como objetivo alertar sobre a existência e risco do quadro, e a interna que informa a distribuição da energia do local e os travamentos e bloqueios de dispositivos e sistemas de manobra e comandos.

O quadro elétrico pode ser uma fonte de acidentes muito graves, então existe a necessidade de que ele tenha uma identificação externa clara, ela pode ser feita com adesivos, desde que tenham uma alta durabilidade, além disso a pintura do quadro não deve fazer com que ela se esconda no local.

Quadro identificado corretamente. Fonte: nfeng

A sinalização interna é utilizada quando há necessidade de intervenção na instalação elétrica, desde as mais básicas para a troca de algum componente em um cômodo, até quando ocorrer um acidente, desligar apenas o local necessário impede que outras funções sejam paralisadas até resolução do problema, sem os circuitos de sinalização e comando, no interior de quadros isso não é possível.

Os equipamentos e dispositivos desativados devem ser sinalizados com identificação da condição de desativação, de maneira padronizada. Os equipamentos também devem seguir a regra de cores com verde para ligado e vermelho para desligado.

Quadro sem a devida identificação interna (esquerda). Quadro com a devida identificação interna (direita). Fonte: LUMUS Engenharia e elesys.

Vale ressaltar, que mesmo que o quadro esteja aparentemente devidamente sinalizado, algumas vezes a sinalização da alimentação está errada, o que é relativamente comum e pode gerar imprevisto e queima de equipamentos pela confusão gerada.

O que devem dizer as cores dos fios em um quadro de energia? E qual é a sua importância?

No Brasil, a norma NBR 5410 determina o padrão de cores do fio, o condutor de proteção de uma linha móvel, fio terra, deve ser identificado pela dupla coloração verde-amarela ou pela cor verde.

Quando o circuito incluir neutro, o condutor respectivo deve ser identificado pela cor azul-claro. Nos casos em que o circuito não incluir neutro, o condutor azul-claro de uma linha móvel pode ser utilizado como condutor de fase, mas em nenhuma hipótese como condutor de proteção e qualquer outra cor pode ser utilizada para condutores de fase.

Quadro com o padrão de cores sendo seguido corretamente. Fonte: LUMUS Engenharia

Em momentos de manutenção é muito importante que os fios estejam de acordo com a norma, pois caso não estejam, o tempo de manutenção pode demorar muito mais. Ademais é normal equipamentos de medição medirem pela diferença entre o fios de fase e terra, ou neutro, com valores previamente previamente estipulados no equipamento, para haver uma maior precisão na medição é comum que o valor selecionado seja parecido com o que deva ser metido, caso os fios estejam errados e esse valor seja muito maior que o esperado pode causar a perda do equipamento de medição.

A ausência desse padrão pode resultar em acidentes gravíssimos em manutenções, por exemplo caso um fio azul, que deveria ser neutro, que não transportar corrente, na verdade seja um fio fase, que transporta corrente pode, fazer o profissional responsável não tomar as devidas medidas de segurança para realizar troca, ou realizar isolamento. Dessa forma, mesmo que o profissional seja responsável pela negligencia, a revisão feita pelas leis de segurança no trabalho indicaram que o fio induziu ao erro, pois ele seria um erro antecessor.

Além disso, as várias confusões causadas por fios mal identificados podem aumentar muito o tempo de uma simples manutenção, causando prejuízo por manter os seus respectivos disjuntores desligados.

Boas práticas para preservar o seu quadro elétrico

O quadro deve estar sempre em um bom estado de conservação, ele não deve apresentar danos aparentes que possam comprometer seu funcionamento adequado e a segurança, portanto não podem conter orifícios que possam entrar chuva ou insetos, isso evitará curtos.

Além disso, é importante mantê-lo higienizado, para ajudar nisso a norma recomenda o uso de barreira ou invólucro, podendo usar mais de um para a isolação suplementar. Deste modo, o acúmulo de sujeira ou objetos externos que podem gerar curtos circuitos e com isso perca de máquinas e equipamentos é evitado.

As operações elementares como ligar e desligar circuitos elétricos, realizadas em baixa tensão, com materiais e equipamentos elétricos em perfeito estado de conservação, adequados para operação, podem ser realizadas por qualquer pessoa não advertida, com isso em momentos de emergência o desligamento do quadro que esteja em perfeito estado é facilitado.

O vilão do quadro metálico: carcaça não aterrada

O projeto deve definir a configuração do esquema de aterramento, a obrigatoriedade ou não da interligação entre o condutor neutro e o de proteção e a conexão à terra das partes condutoras não destinadas à condução da eletricidade que normalmente é sempre seguida, porém é muito comum que o ponto de aterramento na carcaça não seja seguido.

Em quadro metálicos é essencial que a carcaça esteja aterrada, pois como metal é um condutor caso algum fio solto que esteja dentro do quadro entre em contato com a superfície o quadro inteiro irá ficar energizado, podendo gerar curtos, incêndios e ou eventuais acidentes com a tentativa de abertura do mesmo.

A identificação da existência de aterramento pode ser feita com a observação de um fio terra que liga a carcaça ao sistema de aterramento.

Quadro com o aterramento feito na carcaça. Fonte: LUMUS Engenharia

O maior vilão de uma instalação elétrica: fiação exposta

Sempre tenha cuidado em manter os fios devidamente isolados, o que é essencial para o funcionamento, qualquer fio exposto deve ser considerado um risco de acidente elétrico iminente.

Quando um deles for identificado deve haver o desligamento dos equipamentos ligados a ele imediatamente, além disso deve ser chamado o responsável do setor, que toda equipe deve ter um de seus trabalhadores indicado e em condições de exercer a supervisão e condução dos trabalhos elétricos, pois é essencial capacitação e os equipamentos de segurança para desligar o disjuntor e fazer a troca o mais rápido possível de forma segura.

A importância da fixação dos componentes internos

Todos os componentes que não são móveis devem estar fixos ao quadro, devem ser instalados da mesma forma e de tal maneira que não possam gerar falhas. Com o tempo objetos não fixados podem soltar proteções, gerar curtos, incêndios, eletrização da porta.

Quadro com disjuntores folgados. Fonte: LUMUS Engenharia

Também pode ocorrer que dispositivos de segurança parem de funcionar, deixando todo o estabelecimento em risco por um simples mal encaixe no quadro.

No momento de fazer manutenções ou medições no quadro é necessário mudar a posição de fios, caso os objetos ligados a eles não estejam devidamente fixados pode ocorrer um acidente, ou até o desligamento de um setor do local, sendo necessário a reinstalação do disjuntor responsável.

Aumentando a segurança prevista na norma com dispositivos de proteção:

Existem diversos dispositivos de proteção que não são obrigatórios na norma, mas iremos abordá-los de forma breve no decorrer do texto, pois são muito importantes e tem um custo benefício enorme.

  • Dispositivo Diferencial Residual (DR) ou Interruptor Diferencial Residual (IDR)
    São o mesmo objeto, mas dependendo da marca eles tem nomes diferentes. Ele desliga automaticamente o circuito caso uma corrente maior de 30mA seja ultrapassada, esse valor é o máximo que um ser humano pode aguentar. Porém, existem alguns IDR para proteção de máquinas com valores diferentes, mas ambos funcionam para evitar acidentes.
IDR Fonte: Steck
  • Disjuntor diferencial residual (DDR)
    O DDR tem as exatas mesmas funções do IDR, porém ele também tem a função de disjuntores. O preço dele é mais elevado e também são mais difíceis de serem achados no mercado.
DDR. Fonte: Schneider Eletric

Ficou interessado por esses dispositivos? Pode conferir mais nesse outro post do nosso blog para mais informações sobre IDR e DDR.

  • Dispositivo contra surtos (DPS)
    Quando ocorre um surto elétrico, uma grande quantidade súbita de tensão é direcionada à rede, raios podem causar isso, por exemplo. Quando isso ocorre, pode haver a queima dos objetos elétricos de seu imóvel e o DPS atua nesse momento.

    O DPS detecta uma tensão elevada e força a passagem dessa tensão para o sistema de aterramento, evitando que curtos aconteçam e consequentemente dispositivos sejam perdidos.
DPS. Fonte: Clamper

E se tudo estiver aparentemente certo, ainda existe algum risco?

Condutores com temperatura elevada, que podem ter sido ocasionados por erros no projeto do sistema, ou sobrecarga por defeitos gerados após a instalação podem esconder perigos que só são possíveis de detectar com equipamentos de medição de temperatura apropriados.

A adequação da NR10 e NBR5410 tornará o ambiente mais seguro, diminuindo o risco de acidentes e multas.

Essa diversidade de normas por ser facilmente regularizada depois de um serviço de Laudo Técnico, esse serviço é responsável por verificar se todos os pontos das instalações elétricas, o que inclui o quadro de energia, estão de acordo com as diversas normas regentes.

Percebeu que seu quadro de energia não está de acordo com a NR10? Entre em contato com a LUMUS Engenharia e agende o seu diagnóstico totalmente gratuito. Conte conosco para traçarmos as melhores soluções para o seu empreendimento!

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